LATAS DE SARDINHA ou Apartamentos Micro, com uma tendência solitária, ou não?

Apartamento de 10 m² em São Paulo é menor que uma van

Amigos e amigas, profissionais, engenheiros civis, arquitetos, técnicos, público em geral. Temos visto algumas curiosidades no nosso planeta, que vão no sentido oposto ao desenho arquitetônico, o que dispõe na legislação atual e em vigência, conhecida como CÓDIGO SANITÁRIO do Estado de São Paulo.

Esse código, têm como propósito garantir a SALUBRIDADE dos ambientes, a higiene dos ambientes residenciais, comerciais e industriais. Cada atividade nessa lei, define aberturas de ventilação e iluminação. Assim, esta legislação por volta dos anos 1978, foi um grande marco para as definições dos Códigos de Obras implantados nos municípios brasileiros em sua grande maioria.

Diante disso, os projetos seguem a indicadores e limites mínimos sobre os ambientes internos, o uso das construções e sua finalidade, bem como, questões sanitárias, garantindo a boa qualidade dos usuários, residentes, desses ambientes.

No Japão, recentemente, foi lançado um hotel onde o seu quarto é uma espécie de cápsula, ou seja, o espaço necessário apenas para você dormir, descansar, etc. São casos que contrariam condições de saúde pública, ou ainda, por falta de espaços nos centros urbanos, a arquitetura tende a virar uma nano arquitetura, com mínimos espaços. Não temos maiores informações sobre o funcionamento desses hotéis no JAPÃO.

As condições apresentadas nesta reportagem também nos chamou à atenção, devido que em 10 m² as dimensões mínimas de banheiros, salas, quartos, ventilação, contrariam frontalmente o que é atualmente ainda vigente - o CÓDIGO SANITÁRIO do Estado de São Paulo. 

Diante dessa situação de mercado em detrimento à legislação sanitária, cria-se questionamentos sobre se os ambientes são insalubres e como poderão ser aprovados, tendo em vista que não cumprem com índices de projetos urbanísticos e demais códigos de obras nas cidades brasileiras. 

Diante desse contexto, trago para uma rápida discussão sobre o que é o espaço útil necessário a oferecer conforto, ambientes salubres, respeito as dimensões (iluminação, ventilação, circulação, etc) previstas na legislação já citada. 

Não temos a intenção de tecer críticas e sem fundamentação. 

Somos construtores, e precisamos pensar nesses espaços como opção possível, desde que cumpram alguns requisitos mínimos para possibilitar o desempenho da edificação habitacional, conforto térmico e acústico, e sim, as limitações impostas pela área extremamente reduzida da construção desse tipo de apartamento.

Na engenharia, temos outros nomes de unidades menores, como os atuais conhecidos "Lofts" ou as antigas denominadas de "Quitinetes". A própria legislação, dispõe sobre áreas mínimas para serem entregues como moradia habitacional popular. Enfim, é um tema muito interessante para discussão ora de quem defende esse tipo de projeto, e aqueles que são contrários aos nanos apartamentos.

Comentem no nosso blog, ou diretamente no site original da publicação.

Fonte original: 

Disponível em <http://44arquitetura.com.br/2017/08/apartamento-de-10-m%C2%B2-van/ > Site 44 Arquitetura, no site http://44arquitetura.com.br/ 

Apartamento de 10 m² lançado em São Paulo é considerado o menor da América Latina e possui dimensões menores que de uma van

Como será viver em um apartamento com tamanho menor ao de uma van? 

Sim, essa é a realidade para quem adquirir os novos apartamentos em São Paulo pela construtora Vitacon. Esses são considerados os menores apartamentos já vendidos na América Latina. 

O lançamento, como não poderia ser diferente, causou muita polêmica. Afinal, será que apartamentos com dimensões cada vez menores estão aptos a atenderem às exigências de seus moradores?

Outro assunto a ser debatido são os lucros das construtoras e a especulação imobiliária cada vez maior. Pois cada unidade será vendida a preço mínimo de R$ 99.000,00.

 Apartamento de 10 m² em São Paulo – planta baixa.

AS MEDIDAS

O apartamento de 10 m² localizado na Vila Buarque (zona centro-oeste da cidade) e próximo ao Metrô Santa Cecília terá as seguintes dimensões:

Comprimento: 4,10 metros

Largura: 2,45 metros

Pé-direito: 2,93 metros

Apenas para efeito de comparação com o carro citado anteriormente, uma van Sprinter Mercedes-Benz tem 7,35 metros de comprimento por 1,9 de largura. Ou seja, a área da van é de 14 metros quadrados. 

Um ônibus urbano possui 36 metros quadrados (quase quatro vezes mais que o apartamento). No edifício, além dos apartamentos de 10 m² (que serão 72), ainda há outros maiores de 15, 19, 32 e 77 metros quadrados.

Apartamento de 10 m² em São Paulo – planta baixa.

EXISTE UMA MEDIDA MÍNIMA PARA SE VIVER?

É claro que há um novo perfil demográfico na sociedade brasileira, com novas necessidades. Atualmente, as famílias são menores, muitos casais optam por não terem filhos e cresce a quantidade de pessoas as quais vivem sozinhas. Portanto, em tese, esse tipo de empreendimento é para atender a perfis de moradores semelhantes a esses.

No entanto, a discussão sobre uma medida mínima para viver bem é bastante antiga. E remonta lá aos anos 30 do século XX com os modernistas. Porém, a discussão naquele período extrapolava unicamente o tamanho da unidade habitacional e sim toda a área ao entorno, como a existência de áreas verdes públicas, áreas de lazer, creches para crianças, etc.  

E havia ainda o entendimento de que o Estado tinha o dever de propiciar tais condições para a população, oferecendo estes equipamentos e serviços de forma pública e gratuita para a população como forma de minimizar os efeitos de espaços habitacionais pequenos.

Considerando o contexto de grande déficit de moradia em função da guerra, para os arquitetos modernistas essa discussão da habitação mínima também estava relacionada com a utopia de garantir moradia acessível a todos. Eles defendiam que, seria possível produzir moradia em série a baixíssimo custo, graças à industrialização da construção.

Perspectiva do apartamento de 10 m².

E A ESPECULAÇÃO?

A situação do déficit habitacional em cidades como São Paulo e o Brasil como um todo é bastante preocupante. Mas será que a preocupação de construtoras ao lançar empreendimentos nesse sentido seria o de minimizar o problema e garantir maior acesso a moradia ou meramente o de maximizar os lucros?

Se o quesito para responder a essa pergunta for o preço, podemos ter uma noção clara da resposta. Afinal, cada unidade custará R$ 99.000,00, sendo assim, R$ 9.900,00 cada metro quadrado.  O bairro com o metro quadrado mais caro da cidade de São Paulo é a Vila Nova Conceição onde o custo sai por R$ 14.580,00.

ENTENDA O APARTAMENTO DE 10 M²

O apartamento é descrito como “studio inteligente” e tem um espaço planejado que comporta sofá-cama, uma parede com espelho que vira uma mesa, outra parede de correr, um degrau no chão que serve para guardar sapatos. A televisão ficará fixada em uma parede de correr, que ora esconde o guarda-roupas, ora a cozinha.

Nas áreas comuns, o prédio contará com unidade para visitas, cinebar, horta, guarda-entregas, bikes para alugar, lavanderia, espaço para coworking, ferramentas e academia. No piso térreo, terá lojas e espaço aberto à população.

E você? 

Qual sua opinião sobre micro-empreendimento imobiliários como esse apartamento de 10 m²? 

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Engº José Antonio S. Gonçalves.'.

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